“VC’s Pain points” - como resolver um problema a uma VC com a tua startup
VC’s Pain points - como resolver um problema a uma VC com a tua startup
por José Maia, Administrador da August One Capital SCR e Partner na GMT Hospitality
Ponto de partida: na verdade, ninguém quer saber da tua startup!
Talvez os teus pais se preocupem e o teu namorado e amigos consigam mostrar-se interessados durante 10 minutos, mas, na verdade, se hoje a deixares ninguém vai chorar de saudades. A menos que, a menos que… resolva um problema a alguém. A menos que dê uma visibilidade a quem quer ser visto, alivie a consciência a quem sinta que precisa, alargue a mobilidade a quem está emparedado por fronteiras, ofereça poder ou influência a quem pretende exercê-lo ou, mais habitualmente, crie riqueza a quem a procura.
Se o que a tua start-up necessita é de financiamento externo, e essa condição é algo que a SBI Consulting pode ajudar a confirmar ou desmentir, as sociedades de capital de risco aka Venture Capital Firms aka VC’s podem ser uma das opções. Portanto, voltando ao racional, se pretendes atrair o investimento de uma VC no teu projeto, tens de lhe resolver um problema. Para isso, é boa ideia entender o funcionamento de uma VC e os diferentes problemas com que cada key person da VC lida diariamente.
Ora, uma VC investe com o seu dinheiro ou com o dinheiro de outros. Como tem de ser especialmente cautelosa e transparente quando gere o dinheiro de outros, faz o mesmo acordo com cada investidor que capta, obrigando-se a utilizar o seu dinheiro de determinada forma e durante determinado tempo. Esse monte de dinheiro que angaria é um instrumento de investimento e recebe o nome fundo (de capital de risco). Ao conjunto de regras que a sociedade de capital de risco terá de seguir para utilizar esse dinheiro vai chamá-lo de regulamento de gestão do fundo de capital de risco.
Instrumentos ativos – pois é, também as VC têm de fazer o seu pitch a investidores. Para isso há um “prospecto” que resume a política de investimento e outra informação obrigatória. Indica rendibilidade-alvo, prazos, setores, mercados, benefícios fiscais ou pessoais, etc. É a ficha técnica do micro-ondas que compras.
Regulamento de gestão – este, além de detalhar informação resumida no prospeto, acresce à ficha técnica do micro-ondas o seu manual de funcionamento e a sua garantia.
E onde queremos chegar com a história do micro-ondas? Ora, para a sociedade de capital de risco vender o micro-ondas com a ficha técnica que o acompanha, tem de comprar um micro-ondas que corresponda a essa ficha técnica. É assim que quem faz os micro-ondas, ou melhor, quem faz as start-ups, os founders, pode resolver um problema às VC’s em troca do investimento e do apoio de que necessitam. Para isso, o primeiro passo é conhecer as sociedades de capital de risco que estão no mercado e obter detalhes sobre os instrumentos de investimento que têm, ou terão a curto prazo, ativos.
Em Portugal, recomendo a consulta do sistema de difusão de informação da CMVM e das sociedades gestoras (entre as quais as sociedades de capital de risco). Como imaginam, a complexidade e diversidade de entidades e de instrumentos de investimento dificilmente cabem numa newsletter e no espectro de atenção e interesse da nossa audiência. Mas fico satisfeito se alguns dos conceitos a negrito tiverem sido instrutivos e fico divertido se os outros conceitos a negrito tenham merecido o wtf?! que se quer com um clickbait.